“O modelo dos modelos”
Italo
Calvino
Gradualmente,
vai desenvolvendo-se o modelo que existem em seu Palomar apesar de que ele
tinha uma regra era esta: primeiro, construir um modelo na mente, o mais
perfeito, lógico, geométrico possível; segundo, verificar se tal modelo se adapta
aos casos práticos observáveis na experiência; terceiro proceder às correções
necessárias para que o modelo e realidade coincidam. Na minha apreciação creio
que seu Palomar era bem tecnicista, usando estratégia que gostaria de adaptar em
seus casos, na realidade fazendo
relações com o AEE temos que conhecer, pesquisar, observar para depois criamos
um plano para cada caso.
Não
podemos construir um modelo na nossa mente, cada ser é único por mais que tenha
a mesma deficiência, cada aluno tem suas particularidades, potencialidades e
fragilidades no AEE esse modelo jamais deve existir na mente com o modelo dos
modelos pronto e acabado, não existem regras para desenvolver e motivar o
outro, podemos observar, analisar e para cada caso uma estratégia, o exercício do
magistério nunca permitirá a falsa sensação de uma formação pronta, uma vez que
teremos de estar sempre alerta e atentos para acompanhar as mudanças que nos
rodeiam, atualizando e resinificando a
nossa prática, enquanto Senhor Palomar tinha um modelo na mente, o mais
perfeito, vinham as frustrações da realidade e ele foi ficando flexivo. No AEE
temos heterogeneidade e diversas mudanças o que muitas vezes é satisfatório em
um atendimento no outro pode não ser. Neste ponto só resta a Palomar apagar da
mente os modelos e os modelos de modelos, e na nossa realidade nunca possa
existir nenhum Palomar fazendo atendimento no AEE, para fazer isto, melhor é
que a mente permaneça desembaraçada, mobiliada apenas com a memória de
fragmentos de experiências e de princípios subentendidos e não demonstráveis.
Como o conhecimento é construído socialmente e a partir das experiências é
importante introduzir nos processos educativos experiências significativas, que
o AEE sejam diferenciados com a função
de identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade
que eliminem as barreiras para a participação ativa dos alunos e considerando
suas diferenças e singularidade, e que podemos conhecer realmente o todo do
aluno e sua realidade para usar práticas que tenham bons resultados.
Mantoan
(2003) ressalta que é necessário ensinar os alunos nas suas diferenças, não diferenciando
o ensino para cada um, pois cada educando pode aprender no seu tempo e do seu
jeito próprio.