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Atendimento Educacional Especializado para os Alunos com Surdez

Maria de Fátima de Assis Viana


Estudos realizados na ultima década do século XX e inicio do século XXI, por diversos autores e pesquisadores oferecem contribuições à educação de alunos com surdez na escola comum, existe um embate político e epistemológico entre os gestualistas e os oralistas, que tem ocupado lugar de destaque nas discussões e ações desenvolvidas em prol da educação das pessoas com surdez, responsabilizando o sucesso ou o fracasso escolar com base na adoção de uma ou de outra concepção com suas práticas pedagógicas específicas.
 Acreditamos na nova Política Nacional de Educação Especial uma perspectiva inclusiva, e não coadunamos com essas concepções que dicotomizam as pessoas com ou sem deficiência, pois, antes de tudo, por mais que diferentes nós humanos sejamos, sempre nos igualamos na convivência, nas experiências, nas relações, enfim nas interações, por sermos humanos, enfim, refutamos essas propostas que na contramão da perspectiva inclusiva, por provocar dicotomizações que separam as pessoas com surdez das pessoas ouvintes, negligenciando o potencial e a capacidade notórias e visíveis que elas possuem; e rompemos com o embate gestualistas e oralistas, pois ele prejudica o desenvolvimento dessas pessoas na instituição escolar.
O problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar sendo centrado nessa ou naquela língua, mas deve está só nessa questão, mas também na qualidade e na eficiência das práticas pedagógicas. É preciso construir um campo de comunicação e interação amplo, possibilitando as línguas tenham o seu lugar de destaque, mas que não seja o centro de tudo o que acontece nesse processo, pensar e construir uma prática pedagógica que se volte para o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com surdez, na escola e fazer com que essa instituição esteja imersa emaranhado de redes sociais, culturais e de saberes.
A abordagem bilíngue para a educação linguística da pessoa com surdez desloca o lugar especificamente linguístico e a tratamos com outros contornos: A Libras e a Língua Portuguesa. É necessário discutir que, mais do que uma língua, as pessoas com surdez precisam de ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a capacidade perceptivo-cognitiva. Obviamente, são pessoas que pensam raciocinam e que precisam, como as demais, de uma escola que explore suas capacidades em todos os sentidos. Segundo Damázio:
Se só a posse de uma língua bastasse para aprender as pessoas ouvintes não teriam problemas de aproveitamento escolar, já que entram na escola com uma língua oral desenvolvida. A aquisição da língua de sinais, de fato, não é garantia de uma aprendizagem significativa. Para assegurarmos aprendizagem significativa em prol das pessoas com surdez na escola comum, precisamos romper com os empecilhos, que impedem o desenvolvimento e provocam a repetência e a evasão, ocasionando o fracasso escolar.
Assim, para rompermos com essa confusão nas práticas pedagógicas e nas ações e funções dos profissionais que atuam em prol da educação desse aluno, apresentamos de forma didática o trabalho do AEE PS, segundo Damázio (2005:69-123), envolvendo os três momentos didático-pedagógicos que são:
. Atendimento Educacional Especializado EM LIBRAS;
.Atendimento Educacional Especializado para o ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA;
. Atendimento Educacional Especializado para o ensino DE LIBRAS;
Esse atendimento do AEE em libras ocorre diariamente, em horário contrário aos das salas de aula comum. A organização didática do espaço de ensino é rica em imagens visuais e de todos os tipos de referências que possam colaborar com aprendizado dos conteúdos curriculares.
É direito das pessoas surdas o acesso ao aprendizado da libra desde a educação infantil para sua apropriação de maneira natural e ao longo das demais etapas da educação básica, com a presença de um profissional habilitado, preferencialmente surdo. Essa habilitação para o ensino da Libra pode ser obtida por meio de exame Pro libras promovido pelo MEC\ INEP, ou por meio do curso de licenciatura Letras\Libras.
  Há também inúmeras propostas de educação linguística da pessoa com surdez, com destaque: para o ensino de Português, condicionando á aprendizagem de Libras – esta como primeira língua; aquela como segunda língua; ou a discussão polêmica entre língua e identidade e cultura surda;
Trazemos, aqui, uma proposta didático-pedagógica para se ensinar português escrito (doravante PE) para a pessoa com surdez. Acreditamos no ensino de português como produtivo para as pessoas com surdez, numa perspectiva inclusiva, e concebendo língua e linguagem como processo de interação e uso nas práticas sociais.
Com base nos paradigmas inclusivos, nos quais olhar para as diferenças humanas de todos os seres humanos dá-se a priori, as pessoas com surdez lutaram pelo reconhecimento de sua língua natural: a Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS). As línguas de sinais são sistemas linguísticos independentes dos sistemas orais, e que se apresentam numa modalidade deferente das línguas orais-auditivas. O atendimento educacional especializado de Libras oferece ao aluno com surdez segurança e motivação, sendo, portanto, de extrema importância para a inclusão.
Enfim, nesse processo educativo de contatos humanos, a educação no AEE PS significa preparar para a individualidade e a coletividade, provocando um processo comunicacional-dialogal-global e cultural buscando a superação e que os saberes não aprisionem o corpo e a mente ao poder, mas possam liberá-lo.
                                                


      

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